quinta-feira, 18 de junho de 2009

REGIONAL SUDESTE DE XADREZ ESCOLAR: Resultados

Os resultados completos do Sudeste de Xadrez Escolar podem ser visto no link abaixo:

http://cxmendes.blogspot.com

quarta-feira, 13 de maio de 2009

REGIONAL SUDESTE DE XADREZ ESCOLAR


REGIONAL SUDESTE DE XADREZ ESCOLAR 2009

6 e 7 de junho de 2009
Rio de Janeiro – RJ

Promoção: CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE XADREZ

Realização: ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BANCO DO BRASIL
RIO DE JANEIRO

Objetivo: O objetivo desta competição é apontar a escola campeã de xadrez escolar e enxadristas campeões nas suas categorias da Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo). Promover o intercâmbio e confraternização entre estudantes e instituições de ensino na Região Sudeste.

Participantes: Estudantes matriculados na Educação Infantil, Ensino Fundamental ou Ensino Médio das redes pública e particular da região sudeste.
Datas: 6 e 7 de junho de 2009 (sábado e domingo).

Programação: Dia 6 – Abertura e Congresso Técnico 11:00h; 1ª rod. às 13:00h; 2ª rod. às 15:30h; 3ª rod. às 18:00h; Dia 7 – 4ª rod. às 09:00h; 5ª rod. às 11:30h; Encerramento às 13:30h

Local: AABB-Rio – Av. Borges de Medeiros, 829 – Leblon – Rio de Janeiro – RJ.

Categorias: Os alunos inscritos serão divididos nas categorias abaixo relacionadas, sendo separados masculino e feminino:

Educação Infantil (Pré-escola)
Ensino Fundamental:
1º ano (CA);
2º ano (1ª série);
3º ano (2ª série);
4º ano (3ª série);
5º ano (4ª série);
6º ano (5ª série);
7º ano (6ª série);
8º ano (7ª série);
9º ano (8ª série);
Ensino Médio:
1º ano;
2º ano;
3º ano.

Categorias com 4 ou menos inscritos serão aglutinadas com a categoria superior. A categoria feminino será aglutinada a masculino similar. Será mantida a premiação separada.

Classificação das escolas: A classificação das escolas será feita pela pontuação final que será a soma dos pontos dos seus jogadores de acordo com a classificação em cada categoria obedecendo a tabela a seguir: 1º lugar 15 pontos, 2º lugar 12 pontos, 3º lugar 10 pontos, 4º lugar 8 pontos, 5º lugar 6 pontos, 6º lugar 5 pontos, 7º lugar 4 pontos, 8º lugar 3 pontos, 9º lugar 2 pontos, 10º lugar 1 ponto.
Em caso de empate na pontuação geral será utilizado o seguinte critério de desempate: a) Maior número de primeiros lugares, b) Maior número de segundos lugares e assim sucessivamente até o desempate.

Premiação: Troféu para as cinco primeiras escolas colocadas na classificação geral; troféu para a escola que participar com maior número de enxadristas; troféu para o primeiro colocado de cada categoria; medalha para todos os demais participantes.

Material: Cada participante deverá trazer um jogo de peças e um relógio de xadrez emperfeito estado de funcionamento.

Emparceiramento: Sistema Suíço ou Schuring efetuado pelo Programa Swiss Perfect.
Número de rodadas: Cinco rodadas.

Ritmo das partidas: 61 (sessenta e um) minutos para cada jogador.
Árbitro principal: AR Carlos Cesar Amorim.
Diretor do evento: Pedro Paulo da Silva Queiroz.
Diretor adjunto: Rafael Pires

Comissão de Apelação: Será constituída pelo diretor do torneio e mais quatro representantes, um cada estado participante do evento se possível, e dois suplentes indicados no Congresso Técnico.
Informações: http://sudestedexadrezescolar.blogspot.com/
sudestedexadrezescolar@gmail.com

(21) 8627-0778 Pedro Queiroz
(21) 8603-5958 Carlos Amorim

Inscrições: Depositar o valor da inscrição no Brasdesco, Agência 3249, Conta Poupança 1012888-9, em nome Carlos Cesar Amorim.
Enviar cópia do comprovante de depósito, juntamente com os dados do participante para sudestedexadrezescolar@gmail.com. O e-mail deve conter os seguintes dados:

INSTITUIÇÃO; NOME COMPLETO DO ALUNO; ANO OU SÉRIE; UF; RESPONSÁVEL PELA INSCRIÇÃO; TELEFONE PARA CONTATO.
Os alunos devem portar declaração de que estão matriculados no ano letivo de 2009, fornecido pela Escola.

Valor da inscrição: R$ 40,00 (quarenta reais) por enxadrista. Desconto de 50% para estudantes da rede pública.

Opções de estadia: EM BREVE

sábado, 21 de março de 2009

REVISTA CONEXÃO PROFESSOR FAZ MATÉRIA SOBRE XADREZ ESCOLAR

Leia abaixo a excelente matéria publicada na Revista CONEXÃO PROFESSOR do Rio de Janeiro.

"O jogo de xadrez é considerado pelos estudiosos como um importante instrumento pedagógico que pode ajudar bastante no desenvolvimento da relação ensino-aprendizagem nas escolas.A prática enxadrística estimula o desenvolvimento de habilidades cognitivas como atenção, concentração, raciocínio lógico, memória, organização de ideias, imaginação, antecipação, espírito de decisão, autocontrole, disciplina, perseverança etc.Para Antonio Villar Marques de Sá, Professor Associado da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e um dos maiores especialistas em Pedagogia Enxadrística do Brasil, o xadrez, por se tratar de um jogo complexo, é uma das melhores atividades para desenvolver a capacidade intelectual dos jovens.“As crianças se desenvolvem muito bem no xadrez, apesar do estereótipo de que o xadrez é uma atividade para pessoas muito inteligentes ou ricas. É uma atividade muito socializadora. Pode ser trabalhada com pessoas de todas as classes sociais, de qualquer idade, sexo, portadores de deficiências...
Para o professor de Matemática e funcionário do NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) de Itaperuna (RJ), Jorge Wilson Martins da Rocha, o xadrez deve ser utilizado sim como ferramenta pedagógica nas escolas, mas deve ser ensinado tanto por um jogador, que vai mostrar como se joga, quanto por um professor, que irá desenvolver o lado pedagógico da atividade. É fundamental a mescla entre o conhecimento pedagógico e o conhecimento específico do xadrez para que se obtenham bons resultados. Jorge Wilson é tricampeão estadual do Espírito Santo. Em Itaperuna, o professor dá aulas de xadrez no Centro Educacional Rocha, no Centro Educacional Redentor, no Colégio Estadual Rotary e na escola particular Guimarães. Os especialistas acreditam que as crianças podem ser iniciadas no xadrez desde pequenas. Baseada em trabalhos que desenvolveu em pré-escolas do município de Bauru (SP), Rosa Maria Fernandes Scalvi, Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que a partir dos cinco anos de idade a criança já apresenta habilidades para aprender os primeiros movimentos, o valor das peças etc. “Com sete anos a criança já é capaz de prever lances, elaborar estratégias e começar a entender as regras não só do jogo de xadrez, como de qualquer outro, entendendo que nem sempre é possível ganhar, que a quantidade de peças não significa superioridade no jogo etc.”, avalia Rosa Maria. Já o Professor Antonio Villar acredita que a idade ideal para uma criança enveredar pelos caminhos do xadrez seria aos oito anos, o que não impede que ela comece a ter os primeiros contatos com as peças e o tabuleiro antes disso.Para Wilson da Silva, mestre em Educação pela UFPR e doutorando também em Educação pela Unicamp, o xadrez merece crédito porque ensina às crianças o mais importante na solução de um problema, que é saber olhar e entender a realidade que se apresenta. “É comum notar crianças fracassando em matemática, por exemplo, por não entenderem o que o enunciado do problema lhes diz. Não sabem analisá-lo, aprendem fórmulas de memória; quando encontram textos diferentes não acham a resposta correta. [...]. Em uma época na qual os conhecimentos nos ultrapassam em quantidade e a vida é efêmera, uma das melhores lições que a criança pode aprender na escola é como organizar seu pensamento, e acreditamos que essa valiosa lição pode ser obtida mediante o estudo e a prática do xadrez”, destaca Wilson da Silva.Na sociedade de hoje não basta apenas ter o conhecimento, é preciso rapidez de raciocínio para tomada de decisão. Estamos sempre tendo que pensar em soluções para problemas cada vez mais urgentes e complicados. Por isso é muito importante ser criativo, usar a imaginação. Para tudo isso, o xadrez é uma ótima ferramenta.
Para Hindenburg Melão Jr., que entrou para o Guinness Book em 1998 com o “recorde mundial de xeque-mate anunciado mais longo em simultânea de xadrez às cegas”, é necessário que se façam algumas ressalvas quanto ao uso do xadrez como ferramenta pedagógica.“Infelizmente não há, que eu saiba, estudos bem conduzidos com a finalidade de avaliar os efeitos do Xadrez sobre o rendimento escolar ou sobre a evolução das faculdades intelectuais. Há muitos estudos, porém todos pecam em muitos aspectos. Um dos mais completos que conheço foi desenvolvido por Albert Frank, durante o período de 20 anos em que viveu na África, ensinando xadrez e Matemática a crianças e jovens. Albert é professor de Lógica e Matemática na Universidade de Bruxelas, árbitro internacional em várias revistas especializadas e fundador de uma sociedade internacional voltada para especialistas em Lógica e Puzzles chamada Ludomind. Recentemente foi campeão veterano da Bélgica, portanto possui uma excelente bagagem tanto para o ensino de xadrez quanto para o uso de ferramentas estatísticas de bom nível para investigar os resultados do estudo. No entanto, por limitações orçamentárias e de pessoal (professores) para colaborar, os estudos não tiveram como ser tão rigorosos quanto seria necessário, e as conclusões ficaram comprometidas. Há muitos estudos na Romênia, na Rússia, na Alemanha, na Inglaterra e em outros países. Até mesmo no Brasil há vários estudos que foram publicados nas extintas revistas Preto & Branco e Xadrez Coop, de trabalhos realizados por Antonio Villar Marques de Sá, Damaris Hadad, Joaquim de Deus Filho e outros. No entanto, os resultados anunciados nestas revistas carecem de teor científico por vários motivos metodológicos e técnicos. Um estudo de Joaquim de Deus Filho, por exemplo, se não me engano, se baseava numa amostra com 32 alunos. É um número muito pequeno, e não houve nenhum estudo com ferramentas estatísticas que permitisse isolar as variáveis que se desejava estudar. Apesar de todas estas ressalvas, intuitivamente me parece muito coerente supor que o Xadrez tenha um papel muito importante no desenvolvimento intelectual, por exercitar muitas habilidades diferentes e por tornar o raciocínio mais organizado. Isso pode ter aplicação em todas as áreas do conhecimento”, destaca Melão.
Antonio Villar acrescenta ainda que o xadrez se apresenta como um excelente instrumento na formação de futuros professores das mais diversas disciplinas, uma vez que favorece a compreensão da estrutura do pensamento lógico, o que facilitará a transmissão dos conhecimentos aos seus alunos.
Outros benefícios do xadrez:
- Estimula a auto-estima, a competição saudável e o trabalho em equipe;
- Pode ser usado como elemento estruturador do tempo livre do indivíduo;
- Por ser um jogo de regras, dita uma pauta ética em um momento propício para a aquisição de valores morais."

Fonte: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/temas-especiais-21.jsp

quarta-feira, 18 de março de 2009

II Regional Nordeste de Xadrez Escolar 2009

Acontecerá nos dias 28 e 29 de março o II Regional Nordeste de Xadrez Escolar 2009, evento da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) e da Federação Sergipana de Xadrez. O torneio será no SESC- Centro, rua Don José Thomaz, nº: 235, Bairro: São José (ginásio de esportes Charles Muritz), em Aracaju – SE.
o ritmo de jogo é 61 minutos KO em cinco rodadas.
As inscrições estão abertas e podem ser feitas no período de 16 de janeiro a 22 de março de 2009

Não valerá rating Fide e nem CBX.

Maiores informações no site da Federação Sergipana, link abaixo:

http://www.fesex.com.br/

sexta-feira, 6 de março de 2009

Clube de Xadrez Escolar Jogada de Mestre: Experiência exemplar.

Dificuldade de concentração para desempenhar atividades, problemas de convivência com colegas, resistência em cumprir as regras disciplinares contidas no Regimento Escolar, auto-estima baixa, queda dos níveis de aprendizagem e pais pouco atuantes na comunidade escolar. Esta era a situação da E. E. Cel. Gabriel Penha de Paiva no ano de 2003.

Dentro desta realidade algo precisaria ser feito com urgência. Assim alunos e educadores buscaram uma forma de resolver a todas estas questões. A solução encontrada foi a introdução do xadrez na escola por ser também um importante instrumento pedagógico no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. O xadrez desenvolve o raciocínio lógico, aumenta o poder de concentração, contribui para um bom desenvolvimento mental possibilitando, sobretudo, a interdisciplinaridade e é um atrativo para a comunidade. Até 2005 a escola contou com instrutores voluntários e alunos monitores que já praticavam o xadrez para trabalhar com aqueles alunos que apresentavam muita dificuldade de aprendizagem. A partir da proposta do Programa de Educação Afetivo-Sexual (PEAS) do ano de 2006, da Secretaria Estadual da Educação de Minas Gerais, o clube de xadrez pôde ser criado. Adquirimos jogos de xadrez, relógios, mesas e cadeiras e contratamos um instrutor para aplicar as oficinas com os alunos e a comunidade. Foram 120 horas/aulas de teoria e prática de xadrez. No dia 11/08/2006 uma assembléia geral foi convocada pela comissão pró-clube de xadrez através de ofícios e cartazes distribuídos pelos murais da escola e através de visitas em todas as salas de aula. A eleição dos oficiais do Clube de Xadrez mobilizou 485 alunos do 6º ao 9º anos do ensino fundamental. Foram inscritas 18 chapas e eleitos presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro. A prática do xadrez produziu um resultado bastante positivo. Auxiliou a melhorar os índices das avaliações institucionais (Simave, Prova Brasil), os pais participam mais da vida escolar de seus filhos, melhorou o relacionamento entre alunos e professores. Para o ano de 2009 pretendemos inserir o xadrez no planejamento das disciplinas e fazer com que o xadrez seja efetivamente uma ferramenta de aprendizagem. O Clube de Xadrez Escolar “Jogada de Mestre” funciona nas dependências da E. E. Cel. Gabriel Penha de Paiva na cidade de Varginha.



Texto: Profª Maria do Carmo Pederiva Piassa

Contatos:

E. E. Cel. Gabriel Penha de Paiva
Rua Gabriel Penha de Paiva, 254. Vila Paiva Varginha – MG37018-000
Fone: (35) 3212-1498
Falar com:Maria do Carmo Pederiva Piassa ouMárcia Aparecida Resende
E-mailm.pederiva@bol.com.brescolagabrielpaiva@yahoo.com.br



Fonte: http://www.clubedexadrez.com.br/

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

OFICINA DE XADREZ PARA EDUCADORES NA USP

Estação Ciência daUSP promove oficina de xadrez para educadores.

Entre os dias 26 e 30, das 9 às 12 horas, a Estação Ciência realizará a Oficina de Xadrez.
O evento, direcionado a educadores de todos os graus de ensino, aborda como o xadrez pode ajudar no processo educacional. O responsável pela oficina é Ernani Baroni, integrante da equipe da Estação Ciência há 17 anos e jogador de xadrez há 37.
As inscrições estarão abertas dos dias 13 a 23, das 10 às 18 horas, na Seção de Eventos da Estação Ciência. Ao todo serão oferecidas 20 vagas na oficina, que serão preenchidas de acordo com a ordem de inscrição. A participação é gratuita. As aulas acontecem na Sala A da Estação Ciência, centro de divulgação científica e cultural da USP, na Rua Guaicurus, 1.394, Lapa, São Paulo.

Mais informações: (11) 3673-7022

Fonte USP

http://www4.usp.br/index.php/noticias/39-educacao/16006-estacao-ciencia-promove-oficina-de-xadrez-para-educadores

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

PROCESSOS COGNITIVOS NO XADREZ

Estou republicando o ótimo texto que se encontra abaixo, de autoria de Wilson da Silva. É apenas a introdução da dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Educação, Curso de Pós-Graduação em Educação, Setor de Educação, Universidade Federal do Paraná. Wilson me sugeriu disponibilizá-lo aqui no nosse site e prontamente aceitei a oferta. Toda a dissertação pode ser lida no link no final da introdução.

"Processos Cognitivos no Xadrez"

1 INTRODUÇÃO

Os jogos de tabuleiro têm um importante papel em pesquisas, desde meados do século XX. Em 1944, baseando-se em jogos como xadrez e pôquer, John von Neumann e Oskar Morgenstern elaboraram a teoria dos jogos, cuja aplicação estende-se a problemas matemáticos, sociais, políticos, econômicos, da psicologia e também na guerra (DAVIS, 1973, p. 15). A teoria dos jogos representa um método para abordar, de modo formalizado, os processos de tomada de decisão por parte de agentes que reconhecem sua interação mútua (FIANI, 2004, p. XII). Considera que problemas de comportamento econômico, como a troca direta ou indireta de mercadorias entre duas ou mais pessoas, o monopólio, o oligopólio e a competição livre podem ser analisados pela teoria matemática dos jogos de estratégia (NEUMANN; MORGENSTERN, 1990, p. 1). Em 1994, os matemáticos John F. Nash, John C. Harsanyi e Reinhard Selten foram laureados com o prêmio Nobel em economia por suas análises sobre o equilíbrio na teoria dos jogos não-cooperativos. A teoria dos jogos fornece importantes elementos para se entender como um enxadrista escolhe bons movimentos durante a partida, conforme se verá no item 3.3.2 sobre a análise enxadrística. Dentre todos os jogos de tabuleiro, o mais estudado é, sem dúvida, o xadrez, sendo que sua utilização pela psicologia é comparada à da Drosophila (mosca da fruta) em pesquisas de genética: “as genetics needs its model organisms, its Drosophila and Neurospora, so psychology needs standard task environments around which knowledge and understanding can cumulate. Chess has proved to be an excellent model environment for this purpose.” (SIMON; CHASE, 1973, p. 394). O impacto das pesquisas sobre o xadrez nas ciências cognitivas foi bem captado por Charness num artigo de 1992. Charness pesquisou em duas respeitadas fontes de informações, a Social Science Citation Index e a Science Citation Index, para localizar as publicações mais citadas referentes ao xadrez, e encontrou o livro Thought and choice in chess (DE GROOT, 1946) e o artigo Perception in chess (CHASE; SIMON, 1973a). O livro de De Groot acumulou 250 citações desde sua primeira edição em inglês em 1965 até 1989, enquanto que o artigo de Chase e Simon acumulou 350 citações no período de 1973 até 1989, sendo, portanto, duas citações clássicas: “a ‘citation classic’ accolade is usually awarded when a work hás between 100 and 400 citations, depending on size of the field of inquiry, so these two works can safely be judged to be classic ones.” (CHARNESS, 1992, p. 4). SAARILUOMA (1995, p. 17-20), descreve algumas particularidades que esclarecem porque o xadrez é tão apropriado para investigações cognitivas:
a) O xadrez tem uma base finita (32 peças com apenas 6 tipos diferentes de movimentos, um tabuleiro com 64 casas e um conjunto de regras bem definidas), mas a complexidade gerada a partir desses elementos simples é de tal ordem que o enxadrista não é capaz de calcular todas as variações e deverá conceituar as posições da partida antes de fazer suas escolhas.
b) Os enxadristas podem ser classificados em níveis de habilidade através do sistema de classificação (ELO, 1978) chamado rating1 que é adotado mundialmente. Assim, experimentos feitos em qualquer país podem ser comparados com precisão. Os experts reagem à mesma posição de jogo de modo diferente dos novatos, e isto é muito útil para compreender a seletividade. Os jogadores profissionais ou semiprofissionais tiveram que trabalhar milhares de horas para adquirirem seus níveis, e as habilidades que desenvolveram permitem aos pesquisadores analisar sistemas conceituais de diferentes níveis, o que faz do xadrez um jogo que possibilita obter informações sobre esses sistemas de processamento.
c) Os jogadores desenvolveram hábitos para verbalizar seu pensamento de forma espontânea. É comum ver enxadristas gastarem horas analisando partidas post mortem com seus adversários ou com os amigos. Para pesquisas em psicologia cognitiva essa característica é de grande importância, pois é notória a dificuldade das pessoas verbalizarem seus pensamentos.
GOBET (1998, p. 117) acrescenta também algumas características relevantes relativas à adequação do xadrez para investigações cognitivas:
a) O xadrez oferece uma rica base de dados de partidas jogadas por competidores de diferentes níveis de habilidade, que podem ser usadas em estudos envolvendo ambiente estatístico.
b) A base relativamente simples do xadrez é facilmente transformada em linguagem matemática ou computacional.
c) Permite um cruzamento com a Inteligência Artificial.
d) É uma atividade flexível que permite muitas manipulações experimentais.
Embora o jogo de xadrez apresente muitas características que o tornam atrativo para pesquisas cognitivas, poucos estudos foram feitos apoiados na teoria de Piaget. Encontramos somente um, a dissertação de mestrado do belga Christiaen intitulada Chess and cognitive development (GOBET, 2002, p. 10-13), que buscou verificar se o estudo e a prática do xadrez aceleram a passagem do estágio operatório concreto para o operatório formal, mas nenhum efeito considerável foi encontrado (GOBET, 2002, p. 12). Nossa investigação terá como suporte a teoria de Piaget, mais precisamente na obra A tomada de consciência (PIAGET, 1974a2), buscando estudar os processos cognitivos no jogo de xadrez. Acreditamos que essa investigação se mostrará relevante, não somente por não ter sido realizado um estudo semelhante, mas principalmente por que os processos cognitivos durante o jogo de xadrez podem ser descritos de forma clara e objetiva, sob o escopo da Epistemologia e da Psicologia Genética.

O trabalho completo do Professor Wilson da Silva pode ser lido no link:

http://www.fexpar.esp.br/Leituras/mestradowilson/processos_cognitivos_no_xadrez.pdf

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

01. AFINAL, XADREZ É UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA?

Alguns estudos realizados por pesquisadores do assunto, principalmente a partir dos anos setenta do século passado, como Robert Ferguson, Albert Frank, Johan Christiaen, só para citar alguns, enumeram aspectos que o aprendizado e a prática do xadrez podem proporcionar a jovens estudantes: desenvolve o poder de concentração, raciocínio lógico, auxilia no aumento significativo da memória e tantos outros já abordados em vários estudos.

A colombiana Adriana Salazar, mestra internacional de xadrez, durante seminário realizado em paralelo ao Pan-Americano de Xadrez de 2004, afirma que o xadrez trabalha a atenção, a imaginação, a projeção, a recordação, o pensamento obtido, a percepção de mundo, o planejamento, o rigor mental, a análise sistemática e a matemática. Salazar demonstrou que o xadrez pode trabalhar as seguintes áreas: recreativa, desportiva, intelectual, cultural, ética e emocional.

Levantamento feito pelo Ministério da Educação (MEC) mostrou que a prática do xadrez ajuda no desenvolvimento de habilidades cognitivas, como a memória, o raciocínio lógico e a imaginação. A técnica em assuntos educacionais do MEC, Maria Eneida, que participou do levantamento, fala dos benefícios da iniciativa para os alunos: - "Os estudantes desenvolvem melhor o raciocínio lógico e a criatividade e se concentram mais na hora de aprender matemática”.

Seriam necessários algumas dezenas de blogs como esse para expor tudo o que se escreveu sobre a relação de xadrez e educação. Mas a intenção aqui não é listar teorias, teses e afins mas debater o título desse post. Afinal, xadrez é uma ferramenta pedagógica? Após mais de uma década de ensino de xadrez em escolas, lecionando para turmas que vão do primeiro ano (antigo CA – classe de alfabetização) até o quinto ano do ensino fundamental, com média anual de quinhentos alunos, pude chegar as minhas próprias conclusões que agora divido com os leitores desse blog:

- SIM, o ensino sistemático de xadrez aumenta a capacidade de concentração e memorização;

- SIM, favorece o processo reflexivo diante de tomadas de decisão;

- SIM, há uma relação muito estreita entre o aprendizado de xadrez e o desenvolvimento de habilidades matemáticas;

- NÃO, definitivamente o xadrez não é mágico a ponto de fazer surgir crianças com super memórias de forma linear e coletiva.

Sinto-me bastante satisfeito com os resultados obtidos pelo ensino enxadrístico dentro das salas de aula onde pude passar um pouco da minha experiência com esse fascinante jogo. Vale ressaltar que as minhas conclusões não se baseiam unicamente em minhas observações mas, também, em depoimentos de pais e professores de outras disciplinas. Claro que o debate não se encerra por aqui, senão não haveria o motivo de existir desse blog. Queria apenas me posicionar sobre assunto tão polêmico e convidar outros profissionais a expor suas experiências para que possamos trocar impressões e mapearmos os caminhos que poderemos trilhar para tornar o ensino de xadrez nas escolas cada vez melhor.

PROF. AMORIM

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

02. A NOVA CASA DO XADREZ ESCOLAR BRASILEIRO

Amigos professores, treinadores, pesquisadores e jovens enxadristas,


bem-vindos a nova casa do blog XADREZ ESCOLAR BRASILEIRO!

Esse endereço foi criado para facilitar a consulta dos novos leitores. Durante quase um ano no antigo blog tivemos mais de cinco mil acessos de 26 países diferentes e de quase mil cidades do nosso país. Foi gratificante verificar que professores e atletas das cinco regiões buscavam através informação sobre o que acontece no enxadrismo escolar. Espero ter ajudado àqueles que acessavam o nosso blog.

Nessa nova fase teremos algumas novidades que explico ao leitor agora:

1. PROGRAMAS DE AULAS: Estarei postando o programa de aulas que o NEXAPA utiliza para o ensino de xadrez em sala de aula. Espero estar contribuindo para que o professor/leitor possa preparar o seu próprio planejamento de aula.

2. LINKS DE XADREZ ESCOLAR: A pesquisa de links será árdua mas gratificante, já que servirá de base para um banco de dados do xadrez escolar no Brasil. Por isso, peço que me ajudem postando os links de páginas onde se possam ler notícias, projetos ou qualquer assunto relativo ao tema. Os links das Federações poderão ser acessados pelo site da Confederação Brasileira de Xadrez - CBX.

3. PROJETOS E TRABALHOS: No endereço antigo eu já havia publicado obras relevantes de professores e pesquisadores que aqui repetirei. Além destes, estou pesquisando para postar o que há de mais interessante e atual e, novamente, espero contar com a contribuição do amigo leitor na indicação de trabalhos e/ou profissionais da área.

Enfim, amigo leitor deste blog, vamos iniciar juntos mais um ano na busca de divulgar cada vez mais o XADREZ ESCOLAR BRASILEIRO.

FELIZ 2009! FELIZ BLOG NOVO!